A organização da Aviação Naval de 1926 a 1941

1926-1941

A Aviação Naval, no seu período inicial, foi organizada de diferentes maneiras, fruto da evolução da doutrina de emprego, da aquisição de novas aeronaves e das contingências de manutenção e suprimento, como se pode observar a seguir:

  • 1926:

Subordinadas à Diretoria de Aeronáutica:

    • Flotilha de Caça, com três esquadrilhas, equipadas com o Sopwith 7F1. Snipe;
    • Flotilha de Reconhecimento, com três esquadrilhas, equipadas com o Ansaldo SVA-10;
    • Flotilha de Bombardeio, com três esquadrilhas, equipadas com o Curtiss F-5L;
    • Flotiha de Instrução, com três esquadrilhas:
      • 1ª Esquadrilha (hidroaviões Curtiss N9H)
      • 2ª Esquadrilha (aerobotes Curtiss MF)
      • 3ª Esquadrilha (Avro 504K e Curtiss JN-4D)
  • 1928:

Subordinadas à Diretoria de Aeronáutica:

    • Flotilha de Caça, com uma esquadrilha;
    • Flotilha de Reconhecimento, com três esquadrilhas, equipadas com o Ansaldo SVA-10;
    • Flotilha de Bombardeio, com duas esquadrilhas, equipadas com o Curtiss F-5L;
    • Flotiha de Instrução, com três esquadrilhas:
      • 1ª Esquadrilha (Avro 504K)
      • 2ª Esquadrilha (Curtiss MF)
      • 3ª Esquadrilha (Curtiss JN-4D)
  • 1929:

Em 1/08/1929, foi criada a Força Aérea Naval, a qual era composta por quatro Flotilhas e essas, por sua vez, compostas por Divisões:

    • 1ª Flotilha (Caça):
      • 1ª Divisão
    • 2ª Flotilha (Reconhecimento):
      • 1ª Divisão
      • 2ª Divisão
    • 3ª Flotilha (Bombardeio):
      • 1ª Divisão
      • 2ª Divisão
    • 4ª Flotiha (Instrução):
      • 1ª Divisão (Avro 504K)
      • 2ª Divisão (Consolidated)
      • 3ª Divisão (Curtiss JN-4D)
      • 4ª Divisão (Curtiss MF)
  • 1932:

Esse foi um ano no qual ocorreram várias modificações na organização da Aviação Naval. O Decreto nº 21.139, de 10/03/1932, criou a Flotilha Mista Independente de Aviões de Patrulha, composta pelos hidroaviões Savoia-Marchetti SM.55A e Martin PM-1B. Essa flotilha foi dissolvida pelo Decreto nº 21.542, de 16/06/1932.

O Decreto nº 21.543, de 15/06/1932, criou a Força Aérea da Defesa do Litoral.

A eclosão da Revolução Constitucionalista, em 9/07/1932, fez com que o governo brasileiro adquirisse às pressas diferentes tipos de aeronaves militares, as quais só chegaram ao Brasil entre fins de outubro e dezembro daquele ano, após o término do conflito.

O Decreto nº 21.681, de 28/07/1932, aprovou as bases para a reorganização da Aviação Naval, mas com a revolução em andamento, as mudanças só foram feitas ao final do ano, com o recebimento dos novos tipos de aeronaves.

O Aviso nº 2.894, de 10/11/1932, criou as Divisões de Patrulha, de Observação, de Treinamento e de Instrução, e o Boletim nº 46, de 17/11/1932, organizou a Defesa Aérea do Litoral. Também foi criada a Força Aérea da Esquadra.

    • Defesa Aérea do Litoral, composta por seis Divisões:
      • 1ª Divisão de Caça (1ª DC), Rio de Janeiro (RJ): seis Boeing 256.
      • 2ª Divisão de Observação (2ª DO), Rio de Janeiro (RJ): seis Vought V-66B Corsário.
      • 1ª Divisão de Esclarecimento e Bombardeio (1ª DEB), Ladário (MS): cinco Fairey Gordon.
      • 2ª Divisão de Esclarecimento e Bombardeio (2ª DEB), Porto Alegre (RS): cinco Fairey Gordon.
      • 3ª Divisão de Esclarecimento e Bombardeio (3ª DEB), Florianópolis (SC): cinco Fairey Gordon.
      • 4ª Divisão de Esclarecimento e Bombardeio (4ª DEB), Rio de Janeiro (RJ): cinco Fairey Gordon (criada pelo Aviso nº 59, de 5/01/1933).
    • Força Aérea da Esquadra, composta por cinco Divisões, todas com sede no Rio de Janeiro (RJ):
      • 1ª Divisão de Patrulha (1ª DP): cinco Savoia-Marchetti SM.55A e dois Martin PM-1B.
      • 1ª Divisão de Observação (1ª DO): quatro Vought O2U-2A Corsário e dois Vought V-66B Corsário.
      • 1ª Divisão de Treinamento (1ª DT): oito Waco CSO.
      • 1ª Divisão de Instrução (1ª DI): de Havilland D.H. 60T Moth Trainer e de Havilland D.H. 83 Fox Moth (Escola de Aviação Naval).
  • 1933:

O Decreto nº 22.570, de 23/03/1933, reorganizou a Defesa Aérea do Litoral, criando cinco Setores Aéreos:

    • Setor Aéreo Norte: comando sediado na Base de Aviação Naval de Belém (Pará)
    • Setor Aéreo Nordeste:
    • Setor Aéreo Centro: comando sediado no Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro;
    • Setor Aéreo Sul: comando sediado no Centro de Aviação Naval de Santa Catarina (Florianópolis);
    • Setor Aéreo Sudeste: comando sediado na Base de Aviação Naval de Ladário (Mato Grosso).

No dia 11/09/1933, foram emitidos três avisos ministeriais que reorganizaram várias unidades:

    • O Aviso nº 3.450 dissolveu as quatro divisões de Esclarecimento e Bombardeio;
    • O Aviso nº 3.453 criou 1ª Flotilha de Aviões de Esclarecimento e Bombardeio (1ª FAEB), composta pelas suas 1ª e 2ª Esquadrilhas, cada uma delas com três seções. Essas seções foram distribuídas entre a Força Aérea da Esquadra, Defesa Aérea do Litoral, Centro de Aviação Naval de Santa Catarina, Base de Aviação Naval de Ladário e Base de Aviação Naval de Rio Grande (no Rio Grande do Sul);
    • O Aviso nº 3.455 criou a 1ª Flotilha de Observação, incorporada à Defesa Aérea do Litoral e composta pela 1ª Divisão Aérea de Observação (1ª DAO);
    • O Aviso nº 3.457 criou a 1ª Flotilha de Bombardeio e Patrulha, incorporada à Força Aérea da Esquadra.

Em outubro de 1933, foi criada a 2ª Divisão Aérea de Observação (2ª DAO).

  • 1934:

Através do Aviso nº 769, de 22/03/1934, o Centro de Aviação Naval de Santa Catarina foi designado como sede da 1ª DAO.

No dia 12/04/1934, a 1ª DAO foi transferida para o Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro, e a 2ª DAO passou a ser sediada no Centro de Aviação Naval de Santa Catarina.

  • 1935:

O Decreto nº 232, de 12/07/1935, dá novo Regulamento Geral para a Aviação Naval, a qual passa a ser constituída por:

    • Diretoria de Aeronáutica;
    • Força Aérea da Marinha, composta pelo Serviço Aéreo da Esquadra (SAE) e do Serviço Aéreo nas Bases (SAB);
    • Escola de Aviação Naval;
    • Oficinas de Aviação Naval;
    • Almoxarifado de Aviação Naval;
    • Bases de Aviação Naval;
    • Serviços Especiais de Aviação.
Conforme o disposto no Decreto nº 232, de 12 de julho de 1935.

O Decreto nº 299, de 15/08/1935, dá novo regulamento à Força Aérea da Marinha. Nesse decreto, foi estabelecido que:

    • O Serviço Aéreo da Esquadra era composto por:
      • Unidades aéreas embarcadas: aviões de observação a bordo dos navios da Marinha de Guerra;
      • Unidades aéreas de cooperação, denominadas de “Força Aérea de Cooperação com a Esquadra” (F.A.C.): aeronaves destacadas anualmente pela Diretoria de Aeronáutica para o serviço de cooperação com a Esquadra.
    • O Serviço Aéreo nas Bases
      • Unidades aéreas do litoral, ou “Força Aérea de Defesa do Litoral” (F.A.L.), abrangendo todos os aviões destinados às operações militares de defesa aérea de litoral;
      • Unidades Aéreas das Bases, abrangendo o agrupamento de aviões organizado em cada Base, com o fim de facilitar o treinamento dos pilotos e atender aos serviços locais;
      • Unidades Aéreas de Instrução, abrangendo o agrupamento de aviões destinado ao ensino de pilotagem na Escola de Aviação Naval;
      • Unidades Aéreas em Serviços Especiais, abrangendo aviões ou agrupamento de aviões destinados aos serviços especiais de voo, não previstos acima.

Devido à baixa disponibilidade que afetava praticamente todos os meios aéreos disponíveis na Aviação Naval, entre 1933 e 1934, foi criado o 1º Grupo Misto de Combate, Observação e Patrulha em novembro de 1935, sediado no Rio de Janeiro e fundindo as aeronaves e tripulações da 1ª Divisão Aérea de Patrulha (pertencente à Força Aérea da Esquadra) e de duas divisões da Defesa Aérea do Litoral (Centro), a 2ª Divisão de Aviões de Observação e 1ª Divisão de Caça. O 1º GMCOP foi organizado no primeiro trimestre de 1936.

  • 1937:

Em março de 1937, o 1º GMCOP foi extinto. Em seu lugar, foi criado o 1º Grupo de Observação e Caça, equipado com os Boeing 256 e Vought V-66B Corsair II.