McDonnell-Douglas A-4MB Skyhawk II (AF-1, AF-1A, AF-1B, AF-1C)

HISTÓRICO

O McDonnell-Douglas A-4 Skyhawk realizou seu primeiro voo em junho de 1954. De pequenas dimensões, foi projetado como bombardeiro nuclear para uso a bordo dos porta-aviões norte-americanos da classe Essex. Utilizado por vários países, o Skyhawk, em suas diferentes versões, teve um bom desempenho nos conflitos em que foi utilizado, como no Vietnã, na guerra do Yom Kippur (1973) e no conflito das Falklands (1982), no qual os Skyhawk argentinos – tanto da Força Aérea como da Aviação Naval – afundaram ou destruíram cinco navios britânicos, além de avariarem outros sete.

Impressionado pelo sucesso alcançado pelos Skyhawk israelenses em 1973, o Kuwait adquiriu 30 A-4KU e 6 TA-4KU. Os A-4KU eram variantes dos A-4M Skyhawk II norte-americanos, sem capacidade de ataque nuclear e lançamento de mísseis antirradiação e bombas guiadas por TV, porém incorporando o sistema Hughes ARBS (“Angle-Rate Bombing System”, para designação de alvos no solo) e mantendo, ainda, a capacidade de lançamento de mísseis AGM-65 Maverick. Já o TA-4KU foi a versão mais potente dos biplaces de treinamento, já que incorporava o turbojato Pratt & Whitney J52-P-408 de 11.200lb de empuxo, o mesmo da versão monoplace A-4KU. Os TA/A-4KU são considerados a melhor versão do Skyhawk já produzida.

Entregues ao final de 1976, os TA/A-4KU foram utilizados em combate quando da invasão do Kuwait pelo Iraque, em 1990. Os pilotos da Força Aérea do Kuwait conseguiram levar 24 Skyhawks, a maioria deles A-4KU, para a Arábia Saudita. Durante o conflito, os Skyhawks da Força Aérea do Kuwait Livre realizaram 1.361 surtidas, perdendo apenas uma aeronave. Após o final da guerra do Golfo, os TA/A-4KU foram substituídos pelos McDonnell-Douglas F/A-18C/D e armazenados, para venda, a partir de julho de 1991.

Com a autorização dada à Marinha do Brasil para operar novamente aeronaves de asa fixa, através do Decreto nº 2.538, foram adquiridos 20 A-4KU e 3 TA-4KU, além de outros suprimentos. As aeronaves foram preparadas para entrega pela Boeing no Kuwait, e chegaram ao Brasil, por via marítima, no dia 5 de setembro de 1998. Com as modificações, os Skyhawks brasileiros receberam a designação de tipo A-4MB e TA-4MB.

Designados como AF-1 (monoplace) e AF-1A (biplace) pela Marinha, os Skyhawks são operados pelo Primeiro Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque. Os AF-1 receberam as matrículas N-1001 a N-1020, e os AF-1A foram matriculados como N-1021 a N-1023.

Os AF-1 foram utilizados a bordo do NAeL “Minas Gerais” até a sua desativação, em 2002, para qualificação dos pilotos navais em pouso enganchado e decolagem catapultada. Com a incorporação à Marinha do Brasil do NAe “São Paulo”, os Skyhawks brasileiros passaram a desempenhar suas missões a bordo do novo porta-aviões brasileiro.

Em 2009, foi assinado entre a Marinha do Brasil e a Embraer o contrato de modernização de doze aeronaves, sendo nove AF-1 e três AF-1A, as quais passarão a ser designadas como AF-1B e AF-1C, respectivamente. A modernização compreende a instalação de um radar de controle de tiro multimodo com tela plana Elta EL/M-2032, bem como um “glass cockpit” com duas telas multifuncionais coloridas, sistema de pilotagem do tipo HOTAS, RWR e dispensadores de “chaff”/”flare”.

No entanto, devido a dificuldades orçamentárias e o incêndio ocorrido a bordo do NAe “São Paulo” em 2012, que o colocou fora de serviço e levou à sua desativação em 2018, a quantidade de AF-1 e AF-1A a serem modernizados foi diminuída, passando a cinco e dois, respectivamente.

O primeiro AF-1B, o N-1001, foi entregue à Marinha do Brasil em 26/11/2015. As outras aeronaves modernizadas para o padrão AF-1B são as de matrículas N-1008, N-1011 (perdido em acidente em 26/07/2016), N-1013 (danificado em decolagem no dia 23/10/2019 e sendo recuperado) e N-1004 (a ser entregue em 2021).

Os AF-1A a serem modernizados são os de matrícula N-1021 e N-1022.

O AF-1 N-1012 visto a bordo do NAe “São Paulo” (foto: SRPM).
O AF-1 N-1001 é visto decolando do NAe “São Paulo” (foto: SRPM).
Primeira catapultagem de um AF-1 no NAeL “Minas Gerais”, 18/01/2001 (foto: Marinha do Brasil).
AF-1B N-1008 (foto: Marinha do Brasil).

Características Técnicas (McDonnell-Douglas A-4MB Skyhawk II)

Motor Um turbojato Pratt & Whitney J52-P-408, de 11.200 lb de empuxo
Capacidade de combustível 1.775 l
Envergadura 8,25 m
Comprimento 12,38 m
Altura 4,50 m
Superfície alar 24,15 m2
Peso 5.575 kg (vazio)
11.120 kg (máximo)
Distância para decolagem 823 m
Velocidade 1.037 km/h (máxima, ao nível do mar, com 2.000kg de carga)
Razão de ascensão 2.575 m/min
Teto de serviço 13.700 m
Alcance 982 km com três tanques externos
Armamento 2 canhões Colt Mk 12 de 20 mm, com 200 cartuchos cada; mísseis ar-ar AIM-9L Sidewinder, bombas e foguetes até um total de 4.155 kg de carga

Vistas laterais

AF-1 N-1001, no 1º padrão de pintura.
AF-1 N-1001, no 2º padrão de pintura.
AF-1A N-1021, no 2º padrão de pintura.
AF-1 N-1004 com a pintura comemorativa ao aniversário de 15 anos do EsqdVF-1.
AF-1B N-1008, um dos exemplares modernizados, com o novo padrão de pintura adotado após a modernização.

Bibliografia

  1. Aviação Naval Brasileira. Junho de 2003. http://www.angelfire.com/space/anb/.
  2. “Carrier Aviation Air Power Directory – The World’s Aircraft Carriers and their Aircraft: 1950 – Present”. AIRtime Publishing, Norwalk, 2001.
  3. B. Elward. “McDonnell Douglas A-4 Skyhawk”. Crowood Aviation Series, Crowood Press, Ramsbury, 2000.
  4. J. Flores Jr., “Aeronaves Militares Brasileiras – 1916 – 2015”, Action Editora, Rio de Janeiro, 2015.
  5. J. Jordan. “An Illustrated Guide to Modern Naval Aviation and Aircraft Carriers”. Salamander, London, 1983.
  6. Mais um A-A do VF-1 modernizado pela Embraer. https://forcaaerea.com.br/mais-um-a-4-do-vf-1-modernizado-pela-embraer/. Visitado em 22/07/2021.

 

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