HISTÓRICO
O de Havilland D.H. 60 Moth era um avião biplano de fabricação inglesa, com dois assentos em tandem, desenvolvido em meados da década de 1920. Construído em madeira, com superfícies enteladas, ele empregava uma estrutura em treliça de alumínio para a fuselagem, o que lhe dava robustez. Um total de 2.069 exemplares de diferentes versões, e alguns encontram-se em uso até hoje.
No Brasil
Durante o primeiro semestre de 1932, a Marinha de Guerra adquiriu doze exemplares da versão de treinamento, D.H. 60T Moth Trainer, para reequipar a Escola de Aviação Naval. Essas aeronaves podiam ser utilizadas tanto com trem de pouso, para uso em terra, como com flutuadores. Além disso, algumas das células eram preparadas para uso de metralhadores fotográficas, para treinamento de tiro aéreo; outras podiam ser equipadas com rádios, porta-bombas subalares e visores de bombardeio Aldis.
Os D.H. 60T chegaram ao Brasil em dois lotes de seis aeronaves cada, em maio e junho de 1932. As atividades de instrução iniciaram-se no dia 13 de julho, com as doze aeronaves já incorporadas à 1ª Divisão de Instrução da Escola de Aviação Naval. Os D.H. 60T receberam a designação AI, sendo matriculados com os números 5 a 16.
No entanto, a Revolução Constitucionalista havia eclodido quatro dias antes, e com a escassez de aeronaves para emprego em missões de combate, seis D.H. 60T passaram a desempenhar missões de ligação, observação e reconhecimento, sendo destacados para operações junto à Defesa Aérea do Litoral. Foram realizadas dezenas de missões ao longo do litoral paulista, apoiando as tropas legalistas nos combates.
Durante a revolução, o governo adquiriu outros doze exemplares, especificando que todos poderiam ter instalados os porta-bombas subalares e metralhadoras fotográficas. Essas aeronaves, no entanto, chegaram ao Brasil nos últimos meses de 1932, depois do término do conflito.
O reequipamento e reorganização da Aviação Naval após a revolução, incluindo a compra de novas aeronaves de treinamento, fez com que os D.H. 60T fossem distribuídos, em 1933 para outras unidades, incluindo os Centros de Aviação Naval em Florianópolis, Ladário e no Rio de Janeiro e as Bases de Aviação Naval de Porto Alegre e Santos. Nesse período, eles foram redesignados como I1H (indicando ser uma aeronave de instrução, 1º modelo da de Havilland empregado pela Aviação Naval) e matriculados com os números 21 a 32 (para as primeiras doze aeronaves), e com os números 75 a 86 para os do segundo lote.
Em 1935, todos os D.H. 60T então em uso foram distribuídos à 2ª Flotilha de Diversos, e utilizados naqueles centros e bases, realizando missões de adestramento de aviadores navais e utilitárias, em proveito das atividades da Marinha de Guerra.
Quando da extinção da Aviação Naval, em 20/01/1941, restava apenas um D.H. 60T em condições de voo, o qual foi transferido ao acervo das Forças Aéreas Nacionais naquela data.
Características técnicas (de Havilland D.H. 60T Moth Trainer)
Motor | Um motor em linha de Havilland Gipsy de 100 HP |
Envergadura | 9,15 m |
Comprimento | 7,30 m |
Altura | 2,68 m |
Superfície alar | 23,40 m2 |
Peso | 437 kg (vazio); 825 kg (máximo) |
Velocidade | 161 km/h (máxima) |
Razão de ascensão | 222 m/min |
Teto de serviço | 4.846 m |
Alcance | 514 km |
Armamento | Dois cabides subalares para até 8 bombas de 25 lb |
Vistas laterais
Bibliografia:
- J. Flores Jr., “Aeronaves Militares Brasileiras – 1916 – 2015”, Action Editora, Rio de Janeiro, 2015.